O poder da empatia
Talvez você já tenha ouvido as seguintes afirmações: "Esse mundo está perdido. Falta humanidade nas pessoas", "O mundo está se tornando cada dia mais individualista". Pois bem, no texto do blog de hoje falarei sobre a arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mundo.
Acordo todos os dias, desço o elevador com meus vizinhos, encontro com a dona Rose que trabalha no meu prédio, cruzo com pessoas na rua, encontro amigos e familiares, compartilho momentos com minha namorada, diálogo com clientes e colegas de trabalho. Dessa maneira, meus dias vão sendo recheados de encontros e reencontros.
Quantas vezes você já parou para pensar que TODOS que convivem com você passaram por experiências diferentes e construíram uma forma diferente de enxergar a vida e as relações? Ou talvez para refletir sobre sua qualidade de conexão com as pessoas ao seu redor?
E por que pensar nisso?
Ao olhar o mundo com a perspectiva do outro aumentamos nossa compreensão sobre o pensar, o sentir e o agir das pessoas. Compreendemos que todos, assim como eu, estamos fazendo escolhas para atender às nossas necessidades humanas.
A empatia é reconhecida hoje como um ingrediente essencial do bem-estar humano. Ela ajuda a criar as relações humanas que dão sentido às nossas existências e expande nossas paisagens mentais, proporcionando novas perspectivas sobre o mundo e sobre nossas próprias vidas.
Ser uma pessoa empática é, antes de tudo, ouvir o outro com atenção plena, sem pré-julgamentos. É uma competência essencial para o convívio social.
No ambiente familiar e profissional, nos tornamos mais tolerantes quando praticamos essa habilidade. Sabemos lidar melhor com as diferentes opiniões e diferentes personalidades e, ao compreendemos o outro, fazemos escolhas mais conscientes, aumentando a possibilidade de atender a necessidade do coletivo.
O futuro do mercado de trabalho exigirá que cultivemos cada dia mais a capacidade de olhar para o outro como olhamos para nós mesmos (humanidade compartilhada).
Alguns autores definem a empatia como sendo "a arte de se colocar no lugar do outro por meio da imaginação”, compreendendo seus sentimentos e perspectivas e usando essa compreensão para guiar as próprias ações.
Segundo Roman Krznaric, em seu livro "O poder da Empatia", para que atitudes empáticas necessárias aconteçam precisamos desenvolver alguns hábitos:
1 - Acione seu cérebro empático
Mudar nossas estruturas mentais para reconhecer que a empatia está no cerne da natureza humana e pode ser expandida ao longo de nossas vidas.
2 - Dê o salto imaginativo
Fazer um esforço consciente para colocar-se no lugar de outras pessoas - inclusive no de nossos "inimigos" - para reconhecer sua humanidade, individualidade e perspectivas.
3 - Busque aventuras experienciais
Explorar vidas e culturas diferentes da nossa por meio de imersão direta, viagem empática e cooperação social.
4 - Pratique a arte da conversação
Incentivar a curiosidade por estranhos e tirar nossas máscaras emocionais
5 - Viaje em sua poltrona
Transportamo-nos para as mentes de outras pessoas com a ajuda da arte, da literatura, do cinema e das redes sociais na internet.
6 - Inspire uma revolução
Gerar empatia numa escala de massa para promover mudança social e estender nossas habilidades empáticas para abraçar a natureza
Vamos praticar a escuta empática?
Para iniciar a prática da escuta empática, escolha uma pessoa que você tenha convívio para um diálogo empático e siga os passos:
Primeiro passo - Preparando para o diálogo
Antes de encontrar com a pessoa para o diálogo, pare, adote uma postura confortável e feche os olhos. Devagar, comece a prestar atenção na sua respiração para criar conexão consigo mesmo e, em seguida, traga a imagem da pessoa para sua mente. Mentalize que essa pessoa tem uma história, passou por momentos agradáveis, desagradáveis e tem sonhos. Observe suas sensações conforme você se conecta com a humanidade desta pessoa.
Segundo passo
Convide essa pessoa para um diálogo em um local silencioso e confortável. Inicie a conversa dizendo que você gostaria de apenas conhecer um pouco mais sobre sua vida e suas histórias. Adote uma postura de bastante curiosidade, empatia e não-julgamento. Observe os movimentos corporais do outro, suas expressões, seu tom de voz e sua forma de contar a história. Tome consciência de todos os detalhes com bastante atenção.
Terceiro passo
Após o diálogo, por alguns instantes pergunte-se: Qual foi a minha experiência? Quais pensamentos passaram pela minha cabeça? Que sentimentos ou emoções eu produzi? Esteja consciente de sua experiência de forma global, mas sem se envolver com elas. Apenas note se estão presentes e, se de alguma forma, mudaram o seu corpo.
Sugestão: após a prática, pegue um papel e uma caneta e escreva como foi sua experiência.
Viu como é simples? Poderia haver maior milagre do que olharmos com os olhos do outro por um instante?
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